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domingo, dezembro 16, 2007

critica


fran`s

Um filme brasileiro que está fazendo grande sucesso em relação ao público é "Tropa de Elite", uma história a respeito da violência do Rio de Janeiro, contada por um policial do Batalhão de Operações Especiais da Policia Militar, o BOPE.
E qual o segredo da popularidade de Tropa de Elite?
É simples: os bandidos são vistos como bandidos,
os universitários maconheiros que pedem paz nas ruas são cúmplices da violência e a lógica dos Direitos Humanos de apologia do bandido vítima da sociedade é ridicularizada.
E o mais interessante: a visão de um policial honesto, embora truculento,
do BOPE, consegue ser a mais autêntica expressão da realidade, se comparada à legião de sociólogos, filósofos e acadêmicos que produzem toneladas de papel inútil para falar do que não entendem e nunca conviveram.
A figura do capitão Nascimento é o que apresenta a própria contradição da polícia, ou seja,
a de um homem honesto numa situação de guerra de todos contra todos.
Por mais odiosa que seja a tortura, o abuso de poder ou mesmo a violência ilegal contra bandidos, a polícia, naquele caso, segue a lógica do crime que combate:
os bandidos também são violentos, arbitrários, tirânicos, frios e torturadores.
Por mais errada que nos pareça a ação do capitão, a população aprova seus atos arbitrários, precisamente porque os bandidos também são assim,
porque as leis e as instituições brasileiras estão falidas e não alcançam a finalidade de punir o crime.
E quando se vê uma sociedade desamparada, o único jeito que cabe a ela é usar do exercício arbitrário das próprias razões, da autotutela.
É a vingança privada contra a impotência.
Na verdade, o próprio policial é desamparado: o capitão Nascimento é um cidadão à beira de um ataque de nervos.
Daí a entender o porquê da população do Rio de Janeiro ter gostado do filme: os bandidos são satirizados, mostrados como eles são.
A polícia não refresca com eles; mata-os, espanca-os, tortura-os, tal como os próprios bandidos fazem contra a população civil honesta.
É a lei do talião na ausência de leis formais.
Há um outro aspecto
do filme que é a sátira dos movimentos sociais e ong´s que divinizam o bandido.
A aula de Michel Foucault, em que uma classe universitária delinqüente e maconheira encontra razões para criminalizar a ação correta da policia de combater o crime, é uma paródia da cumplicidade que tal setor possui para com a bandidagem.
Que as universidades sejam umas fábricas de delinqüência, isso está provado historicamente.
As ideologias mais assassinas do século XX surgiram desses redutos.
A criminalidade romantizada não é diferente.
Se o Rio de Janeiro e muitas outras cidades brasileiras estão dominadas pela bandidagem, em parte, é devido aos movimentos sociais e organizações de Direitos humanos que transformaram no criminoso em uma vítima da sociedade..
Uma cena do filme mostra o quão ridículo e caricato são os movimentos sociais e similares,
como as organizações de Direitos Humanos.
Maria, uma militante de uma ong da favela e namorada do policial honesto,
Matias, fala mal da polícia, porque esta não refresca contra os marginais da classe média.
A própria mulher fica furiosa quando descobre que seu namorado é policial e do BOPE.
Ela mesma participa da criminalidade, porque é usuária de drogas.
No entanto, o traficante da favela, Baiano, divinizado pelos voluntários da Ong,
seqüestra um casal amigo da moça e, desesperada, ela vai pedir ajuda ao namorado.
A cena é cômica: antes, o traficante Baiano tinha "consciência social", era o justiceiro da sociedade; agora que o próprio algoz se revoltou contra seus "opressores", a moça se vê numa encruzilhada.
Pede ajuda ao "sistema opressor perverso" na figura do policial Matias.
Já era tarde demais. O casal amigo da jovem é barbaramente executado. Tampouco isso me aproxima dos movimentos de Direitos Humanos.
O que essa turma dos Direitos Humanos ignora é que não é somente a polícia que viola direitos: os bandidos nas ruas são muito piores.
Como a maioria está imbuída na idéia romântica, estúpida e mesquinha de que o criminoso é vítima da sociedade, esqueceu-se dos direitos das vítimas e mesmo de policiais mortos no cumprimento do dever.
O caso de um bandido torturado, por mais que mereça garantias jurídicas, é um mal menor, perto de uma mulher violada ou um policial decente assassinado.
Porque enquanto os dois últimos são pessoas inocentes, o primeiro assume os riscos pela violência que provoca.
Uma distinção óbvia que os pretensos defensores da dignidade humana não sabem avaliar. Defender os direitos da sociedade não é defender o bandido: é saber puni-lo dentro da lei.
É saber exigir leis e penas rigorosas para eles, quando violam os direitos humanos da população. O problema é que os movimentos sociais são que nem a personagem Maria, a ativista maconheira do filme: a polícia é uma força perversa de repressão social.
No entanto, quando precisam dela, só faltam implorar por sua segurança.
E aí pedem paz nas ruas, com muita droga e porcaria na cabeça!
Os segredos da popularidade do filme?
Preciso falar mais?"

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